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Tecnologia e emprego, eis a questão.

  • Roberto Barberá
  • 27 de mai. de 2017
  • 3 min de leitura

Teremos que nos preparar para um mundo sem empregos?

O relatório de 2016, publicado pelo CEA – Conselho de Consultores Econômicos da Casa Branca informa que, nos próximos anos, há uma probabilidade de 83% de que empregos americanos de menor remuneração, sejam substituídos por processos de inteligência artificial (AI). Prevê, ainda, que em futuro próximo, americanos que recebam menos do que $20 por hora, estarão desempregados, dando lugar a robôs, ou a processos de inteligência artificial.

Imaginem megastores, como os da Amazon, que já usam robôs do tipo BettyBots, entregando mercadorias em vans sem motorista e via drones. Neste cenário, não dá para imaginar que não vá haver impacto no número de postos-de-trabalho humanos.

Perspectiva preocupante, para dizer o mínimo.

Em artigo recente, aqui no Backlog, eu argumentava que o grande desafio capitalista seria o de conciliar o uso de tecnologia, com geração de postos de trabalho. Duas coisas que não precisam ser incompatíveis.

No Brasil, onde há muito por fazer, imagino que o impacto descrito deva ocorrer mais para a frente. Contudo, há que se refletir seriamente sobre o assunto.

Parece, contudo, ser pouco provável que a evolução tecnológica provoque desemprego em massa. A história dos últimos cem anos mostra que isto nunca aconteceu. Por outro lado, pretende-se que a economia continue crescendo e a produtividade aumentando, o que demandará novas habilidades e postos de trabalho totalmente novos. Treinamento e atualização profissionais passam a ser fatores críticos, se o assunto é empregabilidade.

No caso brasileiro, a educação se torna ainda mais importante pois, teoricamente, há tempo para que novas leis sejam promulgadas, ou adaptadas, de modo que “estimulem” as empresas a desenvolverem programas educacionais próprios, focados nos perfis necessários à continuidade de seus negócios. Tais programas, tornariam viável a especialização de mão de obra, acelerando o processo transformacional. Permitiria, ainda, a rápida absorção de jovens recém-formados e sua preparação para uma espécie de processo seletivo, para recrutamento nessas próprias empresas. De outro lado, as empresas que não adotassem tal política, deixariam de ter acesso a isenções fiscais.

Esta seria uma maneira inteligente de “graduar” a velocidade de substituição de mão-de-obra e, ao mesmo tempo, acelerar o processo de qualificação de colaboradores, nas novas habilidades demandadas. No período 2009 a 2013, pudemos assistir o quanto o mercado brasileiro careceu de mão-de-obra especializada, o que acabou limitando nosso crescimento. Neste período, o aquecimento da demanda por profissionais de nível superior, tornou as remunerações excessivamente altas, se comparadas ao nível de produtividade alcançado. Gerou-se rotatividade insustentável, a ponto de vários postos de trabalho serem ocupados por técnicos de outros países.

Voltando ao caso americano (relatório do CEA/2016), uma análise feita pela PwC (PricewaterhouseCoopers - http://www.dailymail.co.uk/sciencetech/article-4347630/Report-finds-38-jobs-lost-robots-2030.html) conclui que mais de 1,2 milhões de empregos na indústria (46,6% do setor) correm alto risco de sumir. E quase 1,1 milhões de empregos de administração e serviços de apoio (37,4 por cento dos postos do setor) encontram-se em sério risco de extinção. Acresça-se, a este contingente, babás, professores, pessoal do colarinho branco do mercado financeiro e operadores de help-desks (de TI, inclusive), que devem ser, em breve, substituídos por procedimentos robotizados.

Entretanto, o nível de emprego nos EUA, em 2017, é recorde, apesar dos enormes avanços da tecnologia. E inúmeras funções nas fábricas (o setor automotivo é pioneiro) já são desempenhadas por robôs. Notoriamente, as de alto risco.

Apesar de todas as incertezas, ainda acho que a livre iniciativa e a liberdade de escolha são princípios preciosos da democracia capitalista. Só não dá é para deixar “correr frouxo”. Precisamos é ficar de olho vivo nos nossos parlamentares, pois os abusos só poderão ser enfrentados com agências reguladoras fortes e legislação moderna, com regras descomplicadas e que não desestimulem a atividade econômica.

Abraços.


 
 
 

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