O lado negro da tecnologia

Um novo vídeo produzido em concepção artística alerta a respeito da real possiblidade de termos um futuro assustador, em que enxames de microdrones autoguiados são “despachados” para assassinar ativistas políticos e legisladores mundo afora. Artigo completo (em inglês) aqui: https://goo.gl/4oiXUG .

Armados com cargas explosivas, quadcópteros do tamanho da palma de nossas mãos, usam mineração de dados em tempo real e inteligência artificial, para encontrarem e “neutralizarem” (no popular, matarem) seus objetivos. Os criadores do curta metragem intitulado Slaughterbots (robôs matadores, veja em: https://goo.gl/AdQQzt) esperam que a dramatização surpreenda os espectadores e que estes reflitam sobre o que vêem. Vale à pena conferir.

Resumindo: enquanto escrevo este comentário, funciona uma indústria que pesquisa e desenvolve uma nova geração de armas letais e autônomas que “reconhecem”, selecionam e disparam com precisão cirúrgica em seres humanos.

O Future of Life Institute, que é uma organização sem fins lucrativos, dedicada à mitigação dos riscos existenciais provocados por novas tecnologias e que inclui o uso indiscriminado da inteligência artificial, encomendou o filme.

Fundada por um grupo seleto de cientistas e líderes empresariais, o instituto é apoiado por personalidades como Elon Musk e Stephen Hawking, entre outros. O instituto também está por trás de uma campanha que congrega uma coalizão de organizações não governamentais, no sentido de pressionarem o congresso americano para que sejam promulgados dispositivos legais de proibição preventiva de armas autônomas letais. O triste disto tudo é que já parece uma luta inglória. Vide a denúncia de Snowden – 2013, em que a escalada do uso de drones vem poupando a vida de americanos no front, mas que tem multiplicado, a cada ano, o número de mortes de civis não americanos nos conflitos internacionais.

O filme estará sendo exibido, nesta semana, na convenção da ONU, em Genebra, durante uma reunião sobre Armas Convencionais avançadas. A campanha para banimento dos robôs assassinos está patrocinando uma série de reuniões no evento deste ano, para propor uma proibição da proliferação mundial de armas autônomas letais, que poderiam ser desenvolvidas não só com drones voadores autodirigidos, mas com tanques ou pistolas de vigilância automatizadas.

Concordo com a visão do Future of Life Institute, de que este curta-metragem é mais do que mera especulação. Ele desnuda resultados da miniaturização e do uso integrado de tecnologias que já está incorporada ao nosso cotidiano.

Abraços a todos e ótima semana.